22 março, 2012

O ambiente adequado para a revelação.

Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mt 16:18)

Mt 16:13-19;Jo 1:1; 2 Co 11:3; 1 Jo 5:12 



Precisamos voltar ao princípio de tudo, voltar à Palavra de Deus, para sair da esfera influenciada pelo "fermento" da religião (Jo 1:1). O Senhor Jesus, querendo que Sua comunhão com os discípulos estivesse fora da influência do grande centro religioso de Jerusalém, levou-os para as bandas de Cesareia de Filipe. Foi nesse ambiente puro, afastado da mistura de ensinamentos humanos tradicionais, que Deus Pai revelou a Pedro ser Jesus o Cristo, o Filho do Deus vivo. Imediatamente após isso, o próprio Senhor Jesus lhe revelou a igreja.
Leiamos essa importante passagem: "Indo Jesus para os lados de Cesareia de Filipe, perguntou a seus discípulos: Quem diz o povo ser o Filho do Homem? E eles responderam: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas. Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou? Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Então, Jesus lhe afirmou: Bem- aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus. Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus" (Mt 16:13-19).
Quando alguém está sob a influência de ensinamentos tradicionais, tem dificuldade em distinguir o Senhor de algum dos profetas, podendo até pensar que Ele foi apenas um homem de Deus ou um mártir. Mas isso não é suficiente para definir o Senhor, pois Ele é o Cristo, o ungido de Deus, o próprio Filho de Deus. Quando temos essa revelação, obtemos a salvação, pois aquele que tem o Filho de Deus tem a vida divina (1 Jo 5:12).
Depois que temos a revelação do Filho de Deus, o Senhor Jesus nos revela a igreja, que é o reino dos céus sendo vivido e praticado hoje, na terra. A igreja é o ambiente onde desenvolvemos nossa salvação.
Para recebermos a revelação completa da vontade de Deus, precisamos estar com o coração puro e sincero diante Dele. Por isso jamais nos apartemos da simplicidade e pureza devidas a Cristo (2 Co 11:3).




Conservar o nome e a Palavra do Senhor até o fim.


Por esta razão, importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos (Hb 2:1)
Rm 1:16-17; 3:28; 1 Co 2:9-10; 14:1-3; 2 Co 3:6b; Gl 2:16; Ap 3:8b

A restauração iniciada por Martinho Lutero foi muito boa, pois possibilitou que, pela Palavra de Deus, muitos soubessem que a justificação é por fé e não por obras (Rm 3:28; GI 2:16). Por meio de Lutero, Deus restaurou a verdade sobre a salvação pela fé (Rm 1:16-17). Ainda havia muito a ser restaurado, mas isso não foi possível porque os cristãos passaram a utilizar a Bíblia apenas para buscar ensinamentos, concentrando-se em estudos doutrinários para questionar uns aos outros em escolas e debater diversos assuntos. Esses são os fundamentalistas.
Noutro extremo, surgiram cristãos que passaram a buscar apenas o poder do Espírito Santo em forma de sinais, como curas e manifestação de dons. Daí surgiram os chamados grupos pentecostais, que também se subdividiram em várias vertentes.
Quando nos concentramos apenas no estudo da Palavra, sem voltar nosso coração ao Senhor pelo exercício do espírito, temos a tendência de nos deixar guiar pela letra morta, sem vida (2 Co 3:6b). Por outro lado, quando só buscamos as manifestações exteriores do poder do Espírito Santo, perdemos a direção que a Palavra de Deus nos apresenta para cumprir o Seu plano eterno (1 Co 14:1-3). Em ambos os casos, os filhos de Deus empreenderam buscas que não foram suficientes para cumprir Sua vontade, porque essa vontade só pode ser revelada pelo Espírito (2:9-10).
A vontade do Senhor pode ser cumprida quando guardamos a Sua Palavra e exaltamos o Seu nome acima de qualquer outro nome (Ap 3:8b). Por algum tempo, temos praticado isso diante do Senhor, de modo que muitas verdades bíblicas, que nos foram reveladas no passado por irmãos que estavam à nossa frente e nos ajudaram, hoje se tornaram realidade em nosso viver.
Não devemos, entretanto, sentir-nos abastados, achando que não precisamos de mais nada. Por mais revelações que tenhamos ainda precisamos nos humilhar e procurar praticar o que temos visto e ouvido, principalmente com respeito a negar a nós mesmos.
A alma, como sabemos, é composta de vontade, mente e emoção. Nossa vontade ainda precisa se curvar à vontade do Senhor; nossos pensamentos devem ser levados cativos pelos pensamentos de Cristo; nossa emoção também deve ser governada pela emoção do Senhor. Tanto ainda nos falta, de modo que não podemos nos iludir, achando que já não precisamos de coisa alguma. Pela misericórdia do Senhor, Sua luz vem mostrar nossa real condição e verdadeira necessidade.
Em meio à confusão e a "ventos de doutrina" que sopram de um lado e de outro, precisamos nos apegar com mais firmeza às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos. Para isso, devemos perseverar na prática de ler a Palavra com oração, invocando o nome do Senhor de coração puro. Além disso, na igreja devemos prosseguir praticando o amor fraternal. Vamos conservar o que temos praticado, para guardar nossa coroa até que o Senhor Jesus venha!

21 março, 2012

Lançar fora o velho fermento.


Celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade (1 Co 5:8)

Mt 13:33; 1 Co 2:13; 5:8


Os discípulos não tinham entendido o que o Senhor dissera a respeito de trabalhar pela comida que não perece e ainda estavam preocupados com o pão físico. É o que lemos nesta passagem bíblica: "E Jesus lhes disse: Vede e acautelai- vos do fermento dos fariseus e dos saduceus. Eles, porém, discorriam entre si, dizendo: É porque não trouxemos pão. Percebendo-o Jesus, disse: Por que discorreis entre vós, homens de pequena fé, sobre o não terdes pão? Não compreendeis ainda, nem vos lembrais dos cinco pães para cinco mil homens e de quantos cestos tomastes? Nem dos sete pães para os quatro mil e de quantos cestos tomastes? Como não compreendeis que não vos falei a respeito de pães? E sim: acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus. Então, entenderam que não lhes dissera que se acautelassem do fermento de pães, mas da doutrina dos fariseus e dos saduceus" (Mt 16:6-12).
A pura palavra de Deus é como um pão asmo, preparado sem fermento (1 Co 5:8). Assim como o fermento torna o pão macio e facilita a sua degustação, há ensinamentos humanos que algumas pessoas inserem na Palavra de Deus, criando uma interpretação peculiar para facilitar a aceitação equivocada dessa palavra. Essa mistura induz muitos ao erro de acolher certos ensinamentos humanos como se fosse a palavra divina.
O Senhor Jesus se referiu a isso na seguinte parábola: "O reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado" (Mt 13:33). Para fazer a vontade de Deus, que é trazer o Seu reino, não cogitamos das coisas dos homens, e sim das coisas de Deus. Portanto a Bíblia deve ser interpretada à luz da própria Bíblia (1 Co 2:13).
Sabemos pela história que durante vários séculos a Bíblia esteve inacessível à grande maioria da população, que não a podia ler. Somente autoridades eclesiásticas do alto escalão tinham acesso às Escrituras, mas não as transmitiam com fidelidade ao povo; antes, misturavam seus próprios ensinamentos, construindo tradições religiosas que nada tinham a ver com Deus.
Com a reforma protestante, Martinho Lutero tornou a Bíblia acessível a todos, de modo que hoje cada pessoa pode ter acesso direto às Escrituras e, dessa forma, rejeitar qualquer ensinamento que não esteja de acordo com a pura Palavra de Deus. Vamos valorizar a pura Palavra, que é o nosso verdadeiro alimento.

20 março, 2012

O pão vivo que desceu do céu.


Assim como o Pai, que vive, me enviou, e igualmente eu vivo pelo Pai, também quem de mim se alimenta por mim viverá (Jo 6:57)

Jo 4:34; 6:10, 26-27, 35, 38, 48, 50-51, 55-56


No capítulo 6 do evangelho de João, ele mostra que o Senhor Jesus também é o pão da vida (v. 48). Nesse capítulo, Ele realizou o milagre da multiplicação dos pães para alimentar com fartura quase cinco mil homens (v. 10). O Senhor não fez isso para ser aclamado Rei pela multidão, pois Sua intenção era ensinar algo aos discípulos. Após a multiplicação dos pães, a multidão passou a ir atrás de Jesus, mas Ele sabia que a motivação dessa busca era apenas o alimento físico (v. 26). Por isso Ele disse: "Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo" (v. 27).
O Senhor ensinou a diferença entre trabalhar pela comida que perece e trabalhar pela que subsiste para a vida eterna. Por exemplo, quando muitos se tornam cristãos, são abençoados com riquezas materiais e prosperidade. Isso é bom, mas ainda se refere a coisas perecíveis deste mundo corruptível. Por outro lado, quando trabalhamos pela comida que subsiste para a vida eterna, estamos trabalhando pelo pão da vida, que é o próprio Senhor Jesus. Esse é o verdadeiro pão de Deus que desce do céu e dá vida ao mundo. O Senhor disse: "Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede. [ ... ] Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou" (Jo 6:35, 38).
Quem se esforça somente pelo pão que perece, às vezes busca a Deus para obter o próprio desfrute e satisfação. Mesmo na igreja, isso pode ocorrer, quando nos acostumamos a olhar unicamente para nossos próprios interesses. Mas quem trabalha pela comida que subsiste para a vida eterna busca o pão da vida fazendo a vontade de Deus (4:34), que é dar vida eterna para todos. Por isso o alimento espiritual não deve ser retido. Precisamos distribuir esse pão vivo, que é a própria pessoa do Senhor.
Prosseguindo, o Senhor afirmou: "Este é o pão que desce do céu, para que todo o que dele comer não pereça. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne. [ ... ] Pois a minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue é verdadeira bebida. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue permanece em mim, e eu, nele." (vs. 50-51, 55-56). Essa palavra foi cumprida pelo Senhor quando morreu na cruz, sendo partido para se tornar o nosso alimento, ou seja, a nossa porção da vida divina. Graças a Deus, a obra que o Senhor Jesus realizou na cruz nos permite hoje participar da natureza divina.
Vamos nos alimentar do pão vivo, relembrando tudo que o Senhor fez por nós na cruz, e transmitir esse alimento a outros, pregando o evangelho da vida.

19 março, 2012

A primazia é do filho de Deus.

Ele [Cristo] é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia (Cl 1:18)
Jo 1:15-17, 29, 32-34; 3:28-30

No evangelho de João vemos que o Senhor Jesus é a verdadeira luz e que João Batista foi enviado para testificar a respeito da luz. Leiamos esse precioso trecho bíblico: "Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela. Houve um homem enviado por Deus cujo nome era João. Este veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por intermédio dele. Ele não era a luz, mas veio para que testificasse da luz, a saber, a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem" (Jo 1:3-9).
Na sequência, João Batista dá um importante testemunho sobre o Senhor Jesus, afirmando que Ele tem a primazia, por ser o Deus unigênito a nos revelar Deus Pai, e que todos nós temos recebido da Sua plenitude e graça sobre graça. João Batista também diferencia a dispensação da lei da dispensação da graça, dizendo que a lei veio por intermédio de Moisés, mas a graça e a verdade, por meio de Jesus Cristo (vs, 15-17).

No dia seguinte, João Batista encontra o Senhor Jesus e testífica publicamente que Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (v. 29), asseverando que, quando batizou Jesus, presenciou o Espírito de Deus descer em forma de pomba sobre Ele. Isso confirmou a profecia que lhe fora dada por Deus, de que Aquele sobre quem João Batista visse o Espírito descer e pousar é o que batiza com o Espírito Santo. Portanto não havia qualquer dúvida de que Jesus era o Filho de Deus (vs. 32-34).

João Batista afirmou e reafirmou essa declaração (Jo 3:28-30), mas ele próprio não foi capaz de seguir a pessoa do Senhor e submeter-se somente a Ele. Muitas vezes, nos encontramos em situação semelhante: temos a revelação divina, mas ficamos incapazes de praticá-Ia porque hesitamos em abrir mão de algo que consideramos mais valioso.

Daí a importância de negarmos a vida da alma com suas preferências e tradições. Mesmo algo que Deus nos concedeu no passado pode se tornar uma tradição que nos impede de praticar a presente revelação de Sua vontade. Que o Senhor tenha misericórdia de nós e nos mostre aquilo que definitivamente precisamos abandonar para segui- Lo.

18 março, 2012

BOAS NOVAS... SENHOR JESUS...

"Porque também a nós foram anunciadas as boas novas..." Hebreus 4:2a



Purificados, Embranquecidos e Provados


Em Daniel 12:7 lemos: “Ouvi o homem vestido de linho que estava sobre as águas do rio, quando levantou a mão direita e a esquerda ao céu, e jurou por aquele que vive eternamente, que isso seria depois de um tempo, dois tempos e metade de um tempo.” Quando será isso? Será na segunda metade da última semana, nos últimos três anos e meio desta era. “E quando se acabar a destruição do poder do povo santo estas coisas todas se cumprirão”.

Daniel ao ouvir isso, não entendeu, então disse: “Meu senhor, qual será o fim destas cousas? Ele respondeu: Vai, Daniel, porque estas palavras estão encerradas e seladas até ao tempo do fim. Muitos serão purificados, embranquecidos e provados.” Por que essas palavras estão encerradas e seladas? Porque o Senhor está esperando que muitos sejam purificados, embranquecidos e provados. Você está purificado? Você está embranquecido? Você já foi provado? Por isso ele disse a Daniel não preocupar-se com isso. Daniel queria que isso já se tornasse público. E que seria de nós então? Por nossa causa o Senhor lhe disse que selasse o livro, pois Ele ainda tem muitos filhos amados que precisam ser purificados, embranquecidos e provados. Para isso precisam de tempo.

Em 2 Timóteo 2:19 Paulo diz: “Entretanto o firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: O Senhor conhece os que lhe pertencem. E mais: Aparte-se da injustiça todo aquele que professa o nome do Senhor.” Nós somos aqueles que invocam o nome do Senhor e, assim, nos apartamos da injustiça. O Senhor conhece aqueles que O invocam; Ele conhece a nossa voz. Isso é um firme fundamento e tem um selo. Se você invocar o nome do Senhor, você se apartará da injustiça. O versículo 21 diz no tocante a purificar-se: “Assim, pois, se alguém a si mesmo se purificar destes erros, será utensílio para honra, santificado e útil ao seu possuidor, estando preparado para toda boa obra.” Como podemos apartar-nos da injustiça? Invocando o nome do Senhor. Como podemos purificar-nos dos erros? Estando junto dos que de coração puro invocam o Senhor. Assim seremos purificados e embranquecidos.

Em 1 Pedro 1: 6 lemos com respeito às provações: “Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que o valor da vossa fé, uma vez confirmado, muito mais precioso do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo.” Ainda em 1 Pedro 4:12: “Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo.” Precisamos ser provados pelo fogo. Não devemos estranhar isso, antes devemos encará-lo como sendo algo normal. O Senhor quer que participemos de Seus sofrimentos. Isso diz respeito especialmente às perseguições: “Se pelo nome de Cristo, sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus” (versículo 14). Somos bem-aventurados se sofremos pelo nome de Cristo. “Não sofra, porém, nenhum de vós como assassino, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem se intromete em negócio de outrem” (versículo 15). Esse já é um sofrimento merecido. “Mas, se sofrer como cristão, não se envergonhe disso, antes glorifique a Deus com esse nome. Porque a ocasião de começar o juízo pela casa de Deus é chegada; ora, se primeiro vem por nós, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus?” (versículos 16-17).

Precisamos ser purificados, embranquecidos e provados. Se formos purificados, embranquecidos e provados hoje, na volta do Senhor não precisaremos ser julgados.

Trecho extraído do livro “Daniel – O Destino do Governo Humano na Economia de Deus”, de Dong Yu Lan, publicado pela Editora Árvore da Vida

REFLETINDO


O chamamento que Deus faz ao preparado.

Perdendo a Confiança em Si Mesmo.

Quando Deus o chamou, Moisés se disse lento no falar. Parece que ele dizia: “Senhor, agora que trataste com minha habilidade, já não aceito o Teu encargo. Quero renunciar. Não sou a pessoa adequada para ser enviada a Faraó, a fim de livrar os filhos de Israel de sua mão. Sou lento no falar. Como poderia conversar com Faraó?” Ao dizer dessa maneira ao Senhor, Moisés aparentemente foi sincero. Deus, todavia, zangou-se com ele (4:14). Isso indica que, pelo lado de Moisés, havia algum problema. Deus queria “contratá-lo”, mas Moisés recusou aceitar o serviço. Ao negociar assim Moisés com o Senhor, sabia Deus o que estava em seu coração. Interiormente, Moisés deveria estar dizendo: “Senhor, há quarenta anos tentei ao máximo salvar os filhos de Israel, mas não me permitiste ter sucesso. Fui rejeitado e precisei fugir para o deserto, onde sofro há quarenta anos. Esqueci tudo o que aprendi no palácio real. Tornei-me nada. Agora dizes que queres que eu vá a Faraó. Quando estava qualificado, Tu me despediste. Mas, agora, que estou desqualificado e incapaz, Tu me queres contratar?” Secretamente, Moisés deve ter culpado o Senhor. Essa deve ter sido a razão pela qual Deus ficou descontente com ele.

Tanto em Deus quanto em Moisés havia algo que não era expresso. Em Seu interior, o Senhor devia estar dizendo, “Moisés, não quero que você faça nada. Você não vê lá a sarça? Ela arde, mas não se consome. Quero que você simplesmente Me manifeste. Moisés, não rejeite o encargo. Receba-o, mas não utilize sua habilidade e força para realizá-lo. Porque você se considera apto para a morte, posso agora utiliza-lo. Moisés, não Me rejeite. Não tenho intenção de usá-lo segundo o seu conceito natural. Quero usá-lo à Minha maneira, como uma sarça que arde sem se consumir.”

Não é fácil realizar algo para Deus sem utilizar nossa própria força ou habilidade. Com o passar dos anos, tenho aprendido essa mesma lição, principalmente através dos sofrimentos e falhas. Freqüentemente, as pessoas têm a seguinte atitude: se lhes pedirem que realizem algo, elas serão capazes de fazê-lo à sua maneira, sem a interferência nem o conselho dos outros. Até mesmo os presbíteros da igreja podem ter essa atitude. O nosso sentimento pode ser: “Se você quer que eu o faça, então, por favor, fique longe e deixe-me executa-lo”. Todavia, quando nos chama para realizar algo, Deus quer que façamos, mas não por nós mesmos. Quando nos chama, Ele parece dizer: “Sim, quero que você o faça, mas quero que o realize através de Mim, não por si mesmo.” O nosso problema, freqüentemente, é que, se não pudermos executar determinada coisa por nós mesmos, então recusaremos inteiramente faze-la. Essa atitude tem sido um grande empecilho para a obra da restauração do Senhor.

Muitos irmãos sabem que precisamos da vida da igreja, mas, por estarem frustrados, insistem em não vir às reuniões. São como o Moisés frustrado do deserto, que fora tratado por Deus até perder a confiança em si mesmo. Ele, todavia, ainda estava disposto a receber o encargo do Senhor. Recebera-o de Deus antes dos quarenta anos. Todavia tinha que aprender a cooperar com Deus sem utilizar a própria habilidade e força naturais. O chamamento de Deus não poderia vir, até que ele perdesse toda a sua confiança em si mesmo. Em princípio, Deus trata conosco da mesma maneira. Quando já não confiamos mais em nós próprios, Ele vem para chamar-nos.

Fonte: Estudo-Vida de Êxodo - Mensagem 06 - W.Lee

Estamos vivendo o último ministério - Espírito e vida.

O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida (Jo 6:63)

Jo 19:34-35; 21:22


Somente João registrou que do lado do Senhor saiu água. Ele ficou tão impressionado com isso que afirmou que seu testemunho era verdadeiro (Jo 19:34-35).

Quando João era jovem, ele seguiu o Senhor Jesus de perto e viu como o Senhor morreu. Mas só quando já estava velho, depois de ser preso por aproximadamente vinte anos e já estar desfrutando mais do Senhor como o Espírito da realidade, é que se lembrou do importante fato de ter saído do lado de Jesus, na cruz, não somente sangue, mas também água.

Mesmo os relatos de Mateus, Marcos e Lucas não haviam mostrado ainda de uma maneira tão profunda o significado da crucificação do Senhor. Com os escritos de João, porém, o Espírito completou em detalhes o registro dos fatos com seus significados.

João é o apóstolo acerca de quem o Senhor disse: "Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa?" (Jo 21:22). Essas palavras do Senhor Jesus não indicavam que João viveria até Sua volta, mas seu ministério, sim, permaneceria. Aleluia!

Diante de tudo o que vimos nesta semana, devemos cuidar para não nos misturar com o fermento dos fariseus, que representam a velha religião, nem com o fermento da etapa final da história de João Batista e seus discípulos, que formaram a nova religião. Queremos seguir o ministério do apóstolo João em sua maturidade, que é um ministério de Espírito e vida e que vai permanecer até a volta do Senhor.

O velho homem já foi crucificado.

O Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. (Jo 10:17-18a). Sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos (Rm 6:6)

Jo 10:17-18a; 19:30, 32-34; Rm 6:4-5, 8; 2 Co 5:17a

Por meio do Espírito da realidade, João se lembrou do que ele próprio viu na crucificação do Senhor Jesus e por fim testificou o que os seus olhos viram. Segundo seu relato, João viu que o Senhor primeiramente morreu, rendendo Seu espírito, e depois, quando o soldado Lhe feriu o lado, é que o sangue e a água saíram (Jo 19:30, 32-34). Isso é diferente do nosso conceito antigo de que o Senhor Jesus primeiro derramou o sangue e depois morreu.
Essa ordem: morrer e depois verter o sangue, tem grande significado espiritual. Por meio de entregar sua vida primeiro (Jo 10:17-18a), o Senhor crucificou com Ele o nosso velho homem. Em Romanos 6:6 lemos: "Sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos". O fato de o Senhor ter morrido antes de derramar Seu sangue é uma forte indicação de quão importante era para Ele lidar com o nosso velho homem primeiro.

Nós somos pecadores, por isso cometemos pecados desde a infância. Portanto a fonte dos pecados é o velho homem. Quando Jesus morreu, nós, pecadores, morremos com Ele (Rm 6:4-5, 8). Uma vez que nós morremos, o nosso velho homem morreu também. Dessa maneira, a fonte dos nossos pecados - o nosso velho homem, a nossa alma e os seus feitos - foi crucificada (Cl 3:9). Depois que o problema da fonte foi resolvido, Ele verteu Seu sangue para nos purificar de todo pecado.

Por isso Paulo diz: "Assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura" (2 Co 5:17a).

16 março, 2012

O sangue e a água

Um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. Aquele que isto viu testificou, sendo verdadeiro o seu testemunho; e ele sabe que diz a verdade, para que também vós creiais (Jo 19:34-35)

Mt 26:56; Lc 23:49; Jo 19:25-27,30; Hb 8:12; 1 Jo 1:9

Outro fato relacionado à morte do Senhor Jesus está ligado à sequência dos acontecimentos desde quando Ele foi preso até ser crucificado.
Depois de ser preso, todos os discípulos de Jesus fugiram e, por estarem com medo dos soldados, ficaram observando todas as coisas de longe (Mt 26:56; Lc 23:49). O apóstolo João, entretanto, porque era parente do sumo sacerdote, não teve nenhum impedimento de acompanhar o Senhor durante todo o tempo, desde Sua prisão até depois de Sua morte. João viu a crucificação do Senhor Jesus de perto.

Junto à cruz havia muitas mulheres presentes, inclusive a mãe de Jesus, e também o apóstolo João. Em um determinado momento, o Senhor Jesus falou com Sua mãe sobre ele: "Mulher, eis o teu filho". Depois o Senhor se voltou para João e disse: "Eis a tua mãe". Isso mostra quão perto João estava do Senhor a fim de ver Seus olhos e ouvir Sua voz indicando o que o Senhor queria (Jo 19:25-27). Depois, vendo Jesus que tudo já estava consumado, inclinando a cabeça, rendeu o espírito (v. 30).

Então os judeus, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem tirados. Os soldados foram e quebraram as pernas ao primeiro e ao outro que com Ele tinham sido crucificados; chegando-se, porém, a Jesus, como vissem que já estava morto, não Lhe quebraram as pernas.

Um dos soldados, então, pegou uma lança e Lhe abriu o lado, de onde logo saiu sangue e água (v. 34). O sangue tem a função de nos purificar os pecados. Todos os pecados que você já cometeu no passado, o sangue de Cristo é capaz de limpar. Desse modo, toda vez que confessamos nossos pecados a Deus, Ele nos perdoa e se esquece dos nossos pecados. O sangue de Jesus, o Filho de Deus, nos torna limpos, purificados e lavados (Hb 8:12; 1 Jo 1:9). Graças ao Senhor!

O ferimento no lado do Senhor provavelmente atingiu um grande vaso sanguíneo, de onde então saiu muito sangue. Talvez Mateus, Pedro e os outros tenham visto o sangue de longe, mas só João, porque estava perto, viu que do lado de Jesus também saiu água. Por ser incolor, a água poderia ser vista somente por quem estava bem próximo. A água representa a vida divina e eterna que foi liberada e fluiu de Jesus para nós. Assim, João viu que a morte do Senhor não apenas resolveu o problema dos nossos pecados, mas também permitiu que a vida de Deus fosse dada a todo o que Nele crê. Aleluia!

15 março, 2012

A serpente de bronze

E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nele crê tenha a vida eterna (Jo 3:14-15)

Nm 21:8-9; Jo 19:25-27; 21:20; Rm 8:3; Hb 4:15 



O apóstolo João, pelo Espírito, se lembrou e registrou em seu evangelho várias coisas que o Senhor Jesus falou e fez naqueles três anos e meio de Seu ministério terreno, que não haviam sido ainda registradas pelos outros três evangelistas. Ele estava sempre perto do Senhor. Em seu evangelho destaca-se o fato de ele reclinar-se sobre o peito de Jesus na ceia e estar junto à cruz com as mulheres e Maria (Jo 21:20; 19:25-27). Por causa de sua proximidade do Senhor Jesus, João viu e enfatizou o que os outros não viram.
Com respeito à morte de Jesus, por exemplo, João apresentou vários aspectos que nos ajudam a ver quão complexa e profunda ela foi. Um desses aspectos foi que o Senhor morreu na cruz como uma serpente de bronze para lidar com a natureza pecaminosa que há em nós (Jo 3:14-15). Para entender um pouco mais sobre essa figura usada por Ele, precisamos lembrar-nos da história da serpente de bronze levantada por Moisés no Antigo Testamento.
Enquanto peregrinavam no deserto rumo à terra prometida, o povo de Israel murmurou contra Deus, que mandou serpentes abrasadoras para picá-los. Nesse episódio, Deus ordenou a Moisés que levantasse uma serpente de bronze para que qualquer pessoa do povo de Israel que mirasse a serpente de bronze fosse curada (Nm 21:8-9).
João registrou esse episódio para nos mostrar que, assim como a serpente de bronze tinha somente a forma da serpente, mas não o veneno em si, o Senhor Jesus tinha apenas a semelhança da carne do pecado, mas Nele não havia pecado (Rm 8:3; Hb 4:15). Jesus veio de uma ascendência de pecadores, mas não conheceu o pecado. Ele foi levantado na cruz como uma serpente de bronze para resolver o problema da nossa carne de pecado, da nossa natureza pecaminosa.
Uma vez que o "veneno" do pecado foi anulado na cruz, todo aquele que crê no Senhor Jesus não perece, mas tem a vida eterna (Jo 3:16). Isso é maravilhoso!




13 março, 2012

Abandonar a religião e seguir o Senhor Jesus.


Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. Então, eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram (Mt 4:19-20)
Mt 3:14-17; 11:1-3; Jo 1:29, 34; 4:25, 39-42
Todo o povo de Israel tem esse pensamento: o Messias virá um dia para nos salvar. A história da mulher samaritana nos aponta que o Senhor é o Messias esperado pelos judeus. O Senhor Jesus esperou pela mulher samaritana junto ao poço. Ao sentar-se ali, Ele já sabia de toda a sua vida: que ela era uma pecadora, que já tivera cinco maridos e que estava vivendo com um homem que não era seu marido.
A mulher se assustou ao ouvir que o Senhor sabia de tudo aquilo e disse: "Eu sei, respondeu a mulher, que há de vir o Messias, chamado Cristo; quando ele vier, nos anunciará todas as coisas" (Jo 4:25). Ela foi à cidade e falou para os que ali habitavam que tinha achado o Cristo, e muitos creram por causa do seu testemunho, outros por ouvir o próprio Senhor (vs. 39-42).
Após ser preso, João Batista mandou seus discípulos perguntarem ao Senhor: "És tu aquele que estava para vir ou esperaremos outro?" (Lc 7:20). Foi estranho que João chegasse a duvidar que Jesus era o Cristo que havia de vir, uma vez que ele mesmo já havia testificado, várias vezes, publicamente, ser Ele o Cristo.
Na verdade, João sabia muito bem que Jesus era o Messias, porque, quando o Senhor Jesus foi até ele para ser batizado, disse aos seus discípulos que Ele era o Cordeiro de Deus que tirava o pecado do mundo (Jo 1:29). Além disso, ele não queria batizar o Senhor, pois dizia: "Eu é que preciso ser batizado por ti e tu vens a mim?" (Mt 3:14). João também testemunhou que viu o Espírito descer sobre Ele como pomba e ouviu uma voz dos céus que dizia: "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo" (v. 17). E mais, testificou dizendo que Ele de fato era o Filho de Deus (Jo 1:34).
João Batista não entendia por que, agora que estava preso, o Senhor não o libertava? Por isso mandou perguntar-Lhe se era de fato o Cristo que havia de vir ou se deveria esperar outro. Ele não compreendia onde estava falhando. O Senhor Jesus disse aos discípulos de João Batista: "Ide e anunciai a João o que vistes e ouvistes: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres, anuncia-se-lhes o evangelho" (Lc 7:22). Em outras palavras, aqueles milagres provavam que o Senhor Jesus era o Messias. Mas, é provável que segundo o conceito de João Batista, se Jesus era mesmo o Messias, deveria tirá-lo da prisão.
João Batista a princípio era contra a velha religião; mais tarde, porém, formou seu próprio grupo de discípulos. Ter alguns seguidores antes da vinda do Senhor era até admissível, mas depois, quando o propósito de sua missão já havia sido completado, isso não se justificava. A partir de então, ele deveria seguir o Senhor e, em seguida, receber Dele o batismo do Espírito Santo.
Infelizmente, depois de batizar o Senhor Jesus, João Batista não se deu conta de que também precisava ser batizado por Ele. Pior ainda, não se preocupou em dissolver seu grupo de discípulos e passar a seguir o Senhor, mas os manteve, concorrendo, assim, com o ministério do Senhor. Seus discípulos chegaram a se unir aos fariseus para confrontar o Senhor. Os fariseus representavam a velha religião que João Batista havia rejeitado. Mas, a partir daquele momento, podemos dizer que a velha e a nova religião estavam juntas para questionar o Senhor Jesus; que contradição!
A fim de não seguir o exemplo dos discípulos de João Batista, devemos negar a nós mesmos, rejeitar tudo que nos distraia do Senhor e ser discípulos só Dele.

O arrependimento genuíno nos conduz para o reino dos céus

Tu, ó homem, que [ ... ] desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento? (Rm 2:3-4)

Mt 3:2; 4:17; 10:7; Jo 3:3, 5; Rm 12:2; Fp 2:12 



Tanto João Batista como o Senhor Jesus e seus discípulos pregaram o arrependimento, dizendo que estava próximo o reino dos céus (Mt 3:2; 4:17; 10:7). Louvado seja o Senhor! A igreja é a realidade do reino dos céus hoje. Visto que aguardamos a manifestação do reino dos céus, que está bem próxima, precisamos desenvolver a nossa salvação (Fp 2:12). À medida que negamos a nós mesmos - nossa vida da alma - e vamos à presença do Senhor, somos enchidos com o Espírito, e o resultado é vida e paz. Quanto mais rejeitarmos nossa natureza caída, mais fácil será viver pela vida divina.
O Evangelho de Mateus tem como assunto principal o estabelecimento do reino dos céus. Para que participemos da manifestação do reino dos céus na era vindoura, precisamos passar pelo processo de transformação. Para isso devemos inclinar a mente para o Espírito para que ela receba renovação (Rm 12:2).
O Senhor Jesus, após revelar a igreja a Seus discípulos, disse que para segui-Lo precisamos negar a nós mesmos e tomar a nossa cruz (Mt 16:24). Quando praticamos isso, mais da vida de Deus é acrescentada a nós. Por isso devemos nos esvaziar sempre até que se torne um hábito. Devemos dar bastante atenção a esse assunto e estar determinados a pra ticá-lo.
João Batista reconhecia que não era o Cristo, mas Seu precursor. Ele veio como uma voz do que clama no deserto para preparar o caminho do Senhor e endireitar as Suas veredas (3:3). Isso diz respeito a preparar o coração dos homens para que, quando o Senhor viesse, pudessem recebê-Lo. Em outras palavras, a alma humana estava confusa e precisava ser aplainada por meio de sua pregação.
João Batista não seguiu às ordenanças e tradições dos princípios judaicos daquela época. Ele poderia ter se tornado um sacerdote nos padrões tradicionais, mas não o quis. Pelo contrário, iniciou seu ministério no deserto, trocando a túnica sacerdotal por vestes de pelos de camelo e um cinto de couro, e tendo como alimentação gafanhotos e mel silvestre (v. 4). Seu trabalho como precursor e sua pregação para o arrependimento foram fundamentais para as pessoas se voltarem ao Senhor Jesus.
Foi nesse momento que o Senhor Jesus saiu da Galileia e foi para o Jordão a fim de ser batizado por João Batista. Embora a ascendência humana de Jesus fosse pecadora, Nele não havia pecado algum. Mesmo assim, para cumprir toda a justiça de Deus, isto é, Sua determinação, Jesus se submeteu ao batismo de João.
A Palavra nos diz que "todos pecaram e carecem da glória de Deus" (Rm 3:23). Portanto, para que o homem recebesse a vida divina e, com isso, o reino de Deus, ele precisava que alguém, justo, resolvesse o problema do seu pecado, morrendo em seu lugar. Deus resolveu isso enviando Seu próprio Filho, Jesus, o único qualificado para nos substituir na cruz e ser aceito por Deus Pai.
Por Sua morte, nós ganhamos vida e, quando cremos Nele, fomos regenerados, nascemos de novo (Jo 3:3, 5). Uma vez regenerados, podemos entrar no reino de Deus.

Uma mudança de mente.


Não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12:2)

Mt 3:2; 16:24; Rm 8:6

As semanas anteriores deste volume abordaram a morte de João Batista e também o milagre da multiplicação de pães e peixes realizado pelo Senhor Jesus. Vimos ainda que o Senhor esteve com Seus discípulos por três anos e meio, nos quais aproveitava as situações corriqueiras diárias para aperfeiçoá-los. Suas atitudes diante das diferentes circunstâncias que Lhe surgiam eram como lições de como se deve viver pelo espírito. Semelhantemente, também devemos extrair lições de vida de cada porção da Palavra e praticá-Ias no nosso dia a dia.
João Batista foi o precursor do Senhor Jesus; ele veio da linhagem dos sacerdotes, entretanto abandonou as práticas tradicionais do sacerdócio judaico. Quando iniciou seu ministério, ele proclamava: "Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus" (Mt 3:2). O arrependimento não é apenas lastimar-se do passado, mas é principalmente ter uma mudança de mente, ter uma nova maneira de pensar.
Romanos 8:6 diz: "Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz". Ou seja, se colocamos os nossos pensamentos nas coisas da carne, o resultado é morte, mas, se colocarmos a mente no Espírito, o resultado será vida e paz. Por isso precisamos voltar a nossa mente para o Espírito.
Deus formou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego de vida, de modo que o homem se tornou alma vivente. A alma humana é composta de três partes: mente, vontade e emoção, sendo que a mente é a sua parte mais importante, aquela que o orienta.
Devido ao fato de o pecado ter entrado na raça humana, corrompendo-a, por completo, Deus não tem prazer na mente caída do homem. Assim, nossa alma precisa da transformação que ocorrerá à medida que colocarmos a nossa mente no Espírito. Essa é razão de o Senhor insistir em nos iluminar quanto à necessidade de negar a nós mesmos a fim de segui-Lo (Mt 16:24). Quanto mais negamos a vida da alma, nosso ser caído, mais a vida de Deus é acrescentada a nós.

12 março, 2012

As correções e intervenções mal sucedidas.

Certa vez um pai chegou à cozinha de sua casa e viu seu filho brincando com uma faca afiadíssima; descontrolado pela raiva e medo, o homem puxou a faca abruptamente. Quando ele viu a faca em suas mãos, sentiu-se aliviado, pois imaginava que tinha salvado a criança do perigo. Depois de alguns segundos, ele ouviu a criança gritar: “Pai, o senhor me cortou, o senhor me cortou!”. Às pressas, a criança foi levada para o hospital, mas, antes de chegar ao pronto-socorro para receber atendimento médico, ela faleceu. O menino faleceu nos braços daquele que mais o amava e que tinha responsabilidade direta sobre sua vida, seu pai.

Vamos analisar essa história para extrair algumas lições importantes.

Durante um dia, muitos erros serão cometidos pelos filhos. A palavra erro e falha talvez seja a melhor palavra para descrever o ser humano. Você pode cercar os filhos de todos os cuidados, ler para eles todos os provérbios, estabelecer regras e mais regras e pode até mesmo orar continuamente por eles, mas mesmo assim continuarão errando e falhando. Essa verdade, embora seja muito óbvia, é esquecida pelos pais que, muitas vezes, parecem querer encontrar em casa um ambiente “sagrado” e filhos “angelicais”.

Os pais, aos poucos, inconscientemente, vão imaginando que, à medida que se esforçarem, os erros dos filhos vão desaparecendo. Então, começam ver a situação como um cálculo matemático: se eu me esforçar em casa com relação à educação de meus filhos, menos erros vão ser cometidos; se eu dobrar os cuidados, a educação e a diligência, teremos ainda menos erros e, se multiplicar os esforços, muito menos ainda. Esse raciocínio lógico vai sendo criado até gerar a falsa idéia de que, quando os pais tiverem se esforçado ao máximo, não existirão mais erros. Por causa desse pensamento, muitos pais ficam “loucos” quando seus filhos erram. Talvez a única proporção que exista seja essa: toda vez que nossas expectativas são muito altas, mais frustrados ficamos quando nossos filhos erram.

Quando seus filhos errarem, procure distinguir os filhos dos problemas e se lembrar de que a disciplina tem um propósito, que é o aproveitamento (Hebreus 12:10). Na história citada acima, o pai conseguiu tirar a faca das mãos do filho, mas, sem querer, o matou. Qual é o objetivo dos pais no momento em que estiverem disciplinando? É salvar o filho. Se ele não gosta de estar nas reuniões da igreja, se briga com seu irmãozinho em casa, se assiste a muita TV, se passa muito tempo conectado na internet, se não quer estudar as matérias da escola, se não quer cooperar com os afazeres de casa, se anda na companhia de pessoas estranhas, o que fazer? Salvar os filhos dessas coisas.

É justamente nesse momento que os pais precisam separar o joio do trigo. Precisam ter sensibilidade para saber o que é mais importante: atacar o erro sem se preocupar com aquele que errou ou salvar aquele que errou e ao mesmo tempo corrigir o erro? O joio é o erro e o trigo é o filho. Todo pai precisa fazer essa distinção, de início, para obter melhores resultados em sua disciplina. Não adianta ficar com a faca na mão e perder o filho.

Os pais precisam agir com calma para aumentar sua perspectiva: a raiva, a falta de domínio próprio e uma emoção descontrolada são os maiores causadores de problemas no momento em que os pais vão disciplinar os filhos. A melhor maneira de enfrentar situações de desagrado com os filhos é se voltar para o Senhor e pedir Sua orientação para saber a melhor maneira de disciplinar os filhos. Jesus é o Senhor!

11 março, 2012

Trabalhar pela comida que não perece.

Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo (Jo 6:27)

Mt 9:36-37; 24:45-47; Tt 1:1

Vimos nesta semana que o Senhor alimentou as multidões com o milagre da multiplicação de cinco pães e dois peixes que lhes foram entregues pelos discípulos. O desejo do Senhor ao fazer isso era mostrar para a multidão que eles deveriam trabalhar não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna. A verdadeira comida, pela qual podemos viver por meio do Senhor e cumprir Sua vontade, está revelada em Sua Palavra.
Dentre as pressões do mundo atual, a questão do sustento é uma das mais fortes na vida do homem. Precisamos ver na nossa própria situação o quanto temos sido dominados por isso e o quanto precisamos ser libertos para trabalhar pela comida que não perece, isto é, fazer a vontade do Pai.

Para os jovens, as cobranças para fazer curso de pós-graduação, mestrado, doutorado muitas vezes os distraem da verdadeira comissão que o Senhor nos confiou. Por isso, amados irmãos, vamos atentar para a Palavra do Senhor, que nos diz: "Eu sou o pão da vida". Ele é o pão da vida para nos suprir. Precisamos buscar trabalhar mais pela comida que não perece.

Dentro dessa orientação o Senhor nos deu outra ferramenta: a colportagem, para praticar a Palavra de Deus e infundir a Fé nas pessoas.

O colportor é um irmão no Senhor que se dedica a levar livros espirituais às pessoas com o objetivo de supri-las com a vida que há na Palavra e, assim, promover a Fé e o crescimento espiritual dos filhos de Deus (Tt 1:1). Nesse sentimento, para a formação e o aperfeiçoamento dos colportores, o Senhor nos deu os CEAPEs (Centros de Aperfeiçoamento para a Propagação do Evangelho).

Há uma multidão faminta aguardando quem irá supri-la com a palavra de Deus (Mt 9:36-37). Para atender essa multidão, o Senhor conta com cada um de nós. Vamos nos levantar, ser aperfeiçoados e sair ao encontro delas para lhes suprir vida. Quanto mais pessoas estiverem envolvidas com a comida que não perece, mais suprimento espiritual poderá ser levado aos filhos de Deus (24:45-47). Se assim praticarmos, seremos considerados servos fiéis e prudentes a quem o Senhor colocará sobre todas as coisas, no mundo que há de vir. Aleluia!

Livros que nos levam à Fé.

No primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi, pelos livros, que o número de anos, de que falara o SENHOR ao profeta Jeremias, que haviam de durar as assolações de Jerusalém, era de setenta anos (Dn 9:2)


1 Tm 1:3-6

Conforme vimos ontem, o apóstolo João recebeu do Senhor uma incumbência especial de ajudar os irmãos a andar na verdade, isto é, praticá-Ia.
Dentro desse encargo prático, o Senhor nos trouxe à luz uma ferramenta para que a Fé seja espalhada e praticada pelos filhos de Deus: os bookafés (ou seja, livros que levam à Fé). O encargo é termos várias cafeterias-livrarias nas cidades em um ambiente informal onde todos os irmãos tenham comunhão, oração e contato com livros espirituais. Dessa maneira, a Fé, cujo conteúdo é a economia de Deus no Novo Testamento, pode ser infundida nos filhos de Deus por meio da palavra escrita, ajudando-os a compreender melhor a vontade de Deus e levando-os ao crescimento na vida divina.

A revelação da economia neotestamentária pode ser vista principalmente na Epístola aos Efésios. O capítulo 1, por exemplo, desvenda a obra do dispensar do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Deus deseja que o homem tripartido, com espírito, alma e corpo, receba Seu dispensar a fim de que a igreja, a qual é o Corpo de Cristo, seja produzida. Esse é o conteúdo da Fé, ou seja, do plano eterno de Deus para o homem.

Nessa epístola Paulo também falou dos cinco tipos de andar: o andar na graça, na verdade, no amor, na luz e o andar no Espírito, e ainda de como devemos estar cheios do Espírito para andarmos de modo digno do chamamento de Deus e de Sua vontade.

O desejo do apóstolo Paulo era que a revelação que lhe foi dada sobre a Fé fosse dispensada para os santos. Contudo alguns irmãos e algumas igrejas receberam suas palavras apenas como ensinamentos e não as praticaram. Como resultado, algumas pessoas da igreja em Éfeso fracassaram, pois, em vez de praticar tudo o que lhes havia sido escrito, se envolveram com discussões, fábulas e genealogias sem fim (1 Tm 1:3-6).

Preocupado com a situação da igreja naquela cidade, o apóstolo Paulo enviou Timóteo, seu jovem cooperador, para ajudá-los, mas ele mesmo desanimou, e seu espírito quase apagou, a ponto de ter dores no estômago por causa da pressão e preocupação com a igreja ali. Mesmo assim a igreja em Éfeso não conseguiu vencer a degradação nos dias de Paulo.

Somente depois, por meio do ministério de João, é que a igreja em Éfeso conseguiu arrepender-se, voltar à prática das primeiras obras e, assim, tornar-se desejável (significado de Éfeso).

Louvamos ao Senhor pelo caminho simples e prático que Ele tem nos proporcionado para andarmos na verdade, crescermos em vida e conduzirmos outros à Fé.

O ministério do apóstolo João permanecerá até a volta do Senhor.

Não tenho maior alegria do que esta, a de ouvir que meus filhos andam na verdade (3 Jo 4)
Jo 21:22-23; CI 1:25-27; 2 Tm 1:15; 2:2; 3 Jo 4

O Senhor Jesus nos introduziu no último ministério, o ministério do apóstolo João em sua maturidade. Esse ministério só se tornou evidente muitos anos após a morte do apóstolo Paulo.
A ênfase do ministério de Paulo era passar a revelação que recebera da economia de Deus no Novo Testamento a fim de completar a Palavra de Deus (Cl 1:25-27). Isso se tornou a marca de seu ministério: ensinar as verdades (1 Tm 2:4). A ênfase no ensino muitas vezes produz somente ouvintes e pregadores. Mesmo com o conteúdo riquíssimo e aplicável de suas epístolas - como em Efésios, que mostra os cinco tipos de andar -, o resultado é que muitos dos seus ouvintes não conseguiram alcançar a realidade espiritual dessas palavras e ficaram em sua condição mental, a ponto de abandoná-lo (2 Tm 1:15).

Paulo transmitia as verdades para as pessoas, e esperava que elas, após receberem seu ensinamento, fossem capazes de transmiti-lo a outros. Por isso ele escreveu a seu jovem cooperador Timóteo: "E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros" (2:2).

Ser mestres ou ouvintes ainda é a condição de muitos cristãos nos dias de hoje. O Senhor Jesus veio nos trazer a palavra da vida eterna, e, como Seus filhos, precisamos avançar para outro patamar em nosso viver cristão.

O apóstolo João tinha uma porção diferente na forma de conduzir os irmãos. A ênfase de seu ministério era extrair das verdades bíblicas a maneira simples de andar nelas, isto é, praticá-las (3 Jo 4). O Senhor preservou o apóstolo João por muitos anos, mas, por fim, ele também morreu. Seu ministério de Espírito e vida, entretanto, irá permanecer até a volta do Senhor (Jo 21:22-23).

A ênfase dos escritos do apóstolo João

Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome (Jo 20:30-31)

Jo 1:4; 3:15-16; 4:10; 5:24, 39-40; 6:35; 7:39-40; 8:12; 10:10b; 12:24; 14:16-18; 17:3; 20:22


Os escritos de João resgataram para nós importantes acontecimentos e palavras que o Senhor já havia dito a Seus discípulos, mas que eles não entenderam na época, os quais revelam a Sua vontade eterna: Ele é vida e veio para nos dar vida (Jo 1:4; 3:15-16; 5:24, 39-40; 6:35; 8:12; 10:10b; 17:3). Não somente isso, seus escritos também nos mostram o caminho que Ele tomou a fim de nos dar vida: morrer, ressuscitar e tornar-se o Espírito para entrar em todo aquele que Nele cresse (Jo 7:39-40; 12:24; 14:16-18; 20:22).

No capítulo 4 do Evangelho de João, há o caso da mulher samaritana, que foi tirar água do poço e encontrou-se com o Senhor Jesus. Esse acontecimento também lhe foi lembrado pelo Espírito da realidade e, embora tenha sido um diálogo bem simples entre o Senhor e a mulher, proporcionou a João o registro de palavras profundas e cheias de vida.

Cansado da viagem, por volta da hora sexta, Jesus pede à mulher: "Dá-me de beber" (Jo 4:7). Era costume as pessoas tirarem água do poço bem cedo, de manhã. No entanto a mulher samaritana estava lá, ao sol quente do meio-dia. Talvez por não sentir-se bem aceita na sociedade - pois já tivera cinco maridos e o que agora tinha não era seu - evitava encontrar-se com outras pessoas, pelo que escolhera esse horário.

O Senhor Jesus sabia que ela estaria ali e a esperou. Que amor e misericórdia vemos nessa Sua atitude! Até mesmo a mulher estranhou tal gesto, pois disse: "Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana (porque os judeus não se dão com os samaritanos)?" (v. 9). Ao que replicou Jesus: "Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: dá-me de bebe, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva" (v. 10).

Ao final da conversa entre Jesus e a mulher samaritana, Ele falou algo de extrema importância: "Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que seus adoradores o adorem em espírito e em verdade" (vs. 23-24). Jesus também revelou à mulher que Ele era o Messias que havia de vir (vs. 25-26). Como resultado dessas palavras, a mulher deixou o cântaro e foi para cidade anunciar o que lhe acontecera. Por meio de seu testemunho, muitos vieram ter com Jesus e creram Nele.

Quanta luz o apóstolo João recebeu do Espírito da realidade! Isso o fez lembrar e registrar todos esses casos e palavras para nosso desfrute. Damos graças ao Senhor por nos introduzir em Seu ministério, que nos foi deixado quando João atingira sua maturidade. Esse é o ministério que perdurará até a volta do Senhor, o ministério de Espírito e vida (Jo 21:22).